sábado, 30 de agosto de 2008

Dona Quitéria

imagem: www.oglobo.com (modificado)


Esta é mais uma das histórias do seu Luiz. Ele me contou enquando tomávamos café à mesa da Dedé, e pediu que a postasse aqui. Dá pra não contar.


Ah! a Dona Quitéria.
Mulher fina. Vaidosa na medida do possível, simpática e respeitadora.
Na década de cinquenta ela era considerada rica na região canavieira de Redenção.
Esposa do dono da padaria, Dona Quitéria se destacava na cidade não só pelo dinheiro que tinha mas principalmente por sua simplicidade no falar e no trato com as pessoas. Na padaria não permitia que funcionários fossem detratados ou humilhados por qualquer que fosse. Mulher sábia, sempre ouvia os dois lados da história para então tomar partido por alguma coisa.
Aos domingos, podia ser vista na igreja com o marido, com o qual chegava sempre de braços entrelaçados. O brilho podia ser visto de longe. Eram suas joias que reluziam e ofuscava a todos que a fitava nas manhãs dominicais.
É claro que o carater de Dona Quitéria não permitia que todo esta ostentação pudesse ser julgado como tentativa de humilhar os demais de sua terra, mas tão somente era vaidade do bem. Sentia-se feliz com o brilho de seus adornos.
Pois bem. O fato é que com o passar dos anos a padaria foi ganhando concorrência de forasteiros, que começaram a distribuir pães na região, e como qualquer império, o negócio mirrou, tornando-se um comércio comum e irrelevante.
Passaram-se os anos, a padaria resistia sem forças e o dinheiro não permitia mais luxos. Dona Quitéria porém não abria mão de uma coisa: suas jóias.
Ainda aos domingos via-se Dona Quitéria e seu marido chegando a igreja, só que agora as jóias não eram mais o único destaque da elegante senhora. O peso da idade modificava suas feições que acabava por desentoar um tanto com os velhos e talvez exagerados adornos que conduzia. Certo dia, isto chamou a atenção de algumas jovens que estavam próximas a porta da igreja.
Dona Quitéria percebeu o cochicho e risos discretos e mantendo sua peculiar elegância, não se conteve e recitou:
"Estás sorrindo da velhinha?
Pois olhe, repare bem:
A bem pouco tempo atrás eu era jovem também.
Sempre respeitei os velhos,
Nunca critiquei ninguém.
Vamos entrar,
rezar,
pedir a Deus
pra ficar velho também."
Dito isto, desprendeu um leve sorriso no rosto e adentrou a
o templo.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Dicas para um grande amor

Imagem:www.kboing.com.br/

Este bonito texto é uma coleção de dicas
para quem quer viver um grande e duradouro amor.
Vale a pena ler.

"Aos que não casaram,
Aos que vão casar,
Aos que acabaram de casar,
Aos que pensam em se separar,
Aos que acabaram de se separar.
Aos que pensam em voltar...

Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja.
O AMOR É ÚNICO,
como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus.

A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue,
A SEDUÇÃO
tem que ser ininterrupta...

Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança, acabamos por sepultar uma relação que poderia
SER ETERNA

Casaram. Te amo pra lá, te amo pra cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas.
Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes, nem necessita de um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de mais nada,
RESPEITO.
Agressões zero.

Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência... Amor só, não basta. Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura, para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver
BOM HUMOR
para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades.
Tem que saber levar.

Amar só é pouco.
Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas para pagar.
Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar.
Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar.

Entre casais que se unem , visando à longevidade do matrimônio, tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um.
Tem que haver confiança. Certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão.
E que amar "solamente", não basta.

Entre homens e mulheres que acham que
O AMOR É SÓ POESIA,
tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado.

O amor é grande, mas não são dois.
Tem que saber se aquele amor faz bem ou não, se não fizer bem, não é amor. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência.
O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.

Um bom Amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram!
E felicidades a todos nós!"

Texto de Artur da Távola
político, escritor, jornalista, Apresentador da Tv Senado, etc.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Cambalache

Imagem: http://sozacaricaturas.blogspot.com/2006/09/raul-seixas.html

Esta música, cantada brilhantemente por Raul Seixas,
tem mais de 70 anos
e parece que foi escrita agora.
Leia com atenção e procure ouvi-la
na voz de Raul Seixas.


Que o mundo foi e será uma porcaria eu já sei

Em 506 e em 2000 também
Que sempre houve ladrões, maquiavélicos e safados
Contentes e frustrados, valores, confusão
Mas que o século XX é uma praga de maldade e lixo
Já não há quem negue
Vivemos atolados na lameira
E no mesmo lodo todos manuseados.

Hoje em dia dá no mesmo ser direito que traidor
Ignorante, sábio, besta, pretensioso, afanador

Tudo é igual, nada é melhor
É o mesmo um burro que um bom professor
Sem diferir, é sim senhor
Tanto no norte ou como no sul
Se um vive na impostura e outro afana em sua
Ambição
Dá no mesmo que seja padre, carvoeiro, rei de paus
Cara dura ou senador.

Que falta de respeito, que afronta pra razão
Qualquer um é senhor, qualquer um é ladrão
Misturam-se Beethoven, Ringo Star e Napoleão
Pio IX e Don João, John Lennon e San Martin
Como igual na frente da vitrine
Esses bagunceiros se misturam à vida
Feridos por um sabre já sem ponta
Por chorar a bíblia junto ao aquecedor

Século XX "cambalache", problemático e febril
O que não chora não mama
Quem não rouba é um imbecil
Já não dá mais, "força que dá"
Que lá no inferno nos vamos encontrar
Não penses mais, senta-te ao lado
Que a ninguém mais importa se nasceste honrado

Se é o mesmo que trabalha noite e dia como um boi
Se é o que vive na fartura, se é o que mata, se é o
Que cura
Ou mesmo fora-da-lei.



Composição: Enrique Santos Discépolo
Este argentino
foi poeta, composit
or, ator e autor
de peças de teatro e de letras de
tangos argentinos.
A música 'cambalache' foi Publicado
em 1935, e regravado por Raul Seixas
em 1987, numa versão em português de
sua autoria. A canção, debochada
constatação das indignidades
perpetradas pela humanidade no Século
XX, foi profeticamente composta antes
da Segunda Guerra Mundial, ou seja,
antes das piores barbaridades do
século, razão pela qual deve ter
sido tão regravada,
sem nunca perder a atualidade.
(fonte: http://pt.wikipedia.org)


Tirinha do Snoop

Tirinhas do Zero

Tiras do Garfield